quarta-feira, 10 de outubro de 2012

OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA


O passado e o presente fundiram-se em contos reais


     Sem muita dificuldade, dona Zelide foi descrevendo sua vida de menina, de um jeito historiador, que acabei entrando com tudo em sua memória. Desfrutando de momentos alegres, pachorrentos e difíceis. Ela foi contando tudo como se fosse hoje.

    Nasci, cresci e vivo nessa cidade, lembrando dos meus tempos de criança. Época difícil, mas tranquila e alegre. Desde que nasci, percebo, a cada momento, que a cidade mudou muito, devido o progresso. Antes, era uma cidade pequena, pacata e frugal. Com poucas casas, e uma pequena população. As estradas eram descidas e subidas e muito estreitas, cheirando a pó e ao mesmo tempo renascia aquele cheirinho de mato. E se bem me lembro em frente a minha casa, lá, passavam carros de boi, carroças e algumas bicicletas, rangindo suas rodas e misturando com o canto dos grilos; raramente passava um jipe ou um carro rural.

    Minha casa era simples, tinha poucos quartos, e não havia banheiro. Algumas vezes, à noite, quando tínhamos que sair, acendíamos uma lamparina de querosene, para termos uma melhor visão. Num pequeno armário guardávamos a comida, no baú abrigávamos nossas poucas roupas. Não posso me esquecer, das noites em branco que passei, com muito medo do vento lá fora, eu ouvia o nhec, nhec do rangido das portas e janelas; e o farfalhar das folhas das arvores. Aquelas noites eram assustadoras, pois pareciam fantasmas bailando sob a escuridão da noite. Mesmo assim, sinto saudades de tudo.

   Ah! Tempos bons, quando lembro que fiz muitas bonecas de pano e de palha para nos divertir, também adorava escorregar no morro com as canoas. Mas eu gostava mesmo era de tomar banho no rio, e observar a água represando e se desmanchando sobre os grandes paredões de pedra.

   No meio de tantos cenários, recordo-me perfeitamente da escola onde estudei somente até a terceira série, mas lembro-me como se fosse hoje. Quando alguém fazia uma peripécia, as professoras castigavam severamente. Os castigos eram conforme o grau da façanha.

   De repente, deparo não mais com o passado e sim com o presente onde tudo mudou, as casas, as ruas, a escola, os brinquedos, as peripécias que não eram malvadas, mas podemos dizer que eram sadias. O tempo corre velozmente e eu aqui com os meus pensamentos, sem poder interferir em nada com o passado. Mas, para mim fica uma vida adulta, e ao mesmo tempo, uma vida de criança. ‘

  Leio e releio o escrito, não sei dizer se é minha a história, de outra vida, ou se é um sonho em que o passado e presente, fundiram-se em contos reais.



Autora: Renata da Silva Blasius

Série: 7ª 01

Professora: Cléia Koch Salvador







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